Portugues
Artigo 1
Língua culta – O que existe e o que não existe em Língua Portuguesa
Há erros que se cristalizam no dia a dia da comunicação oral. Isso se evidencia em coletividades que utilizam idiomas complexos, como o nosso, a par das demais nações lusófonas. O eminente lexicógrafo Houaiss define Barbarismo como o “uso sistemático de formas vocabulares inexistentes na norma culta da língua, por parte de falantes que não a dominam inteiramente”. Os exemplos abaixo citados enquadram-se no conceito descrito. É comum a indicação da ocorrência de festas “beneficientes”. Trata-se de um evento inexistente. A razão? A festa só poderá ser beneficente. A beneficência ou filantropia é a atividade criativa ou que traz benefício. A pronúncia equivocada – “benefiCIENte” -, por certo, não trará nenhum. É de todo recomendável ajudar quem necessita...e por que não fazer com gramaticalidade? Em outro giro, quando se quer dar um tratamento vago e indeterminado, referindo-se a outrem, usa-se a forma estereotipada, “fulano, beltrano e ...”. As reticências indicam que faltou a terceira referência, não é mesmo? Digamos que o suspense é propositado. A razão? Fala-se e grafa-se com imprecisão o termo omitido. Assimilemos: fulano, beltrano e sicrano – esta última com –s e sílaba –cra (não “-cla”). Não há dúvida que a sonoridade da forma correta é estranha. Todavia, não se trata de boa ou má sonoridade, mas de correção ortográfica, e dela não podemos prescindir . É sabido que as palavras têm força demasiada. Assemelham-se ao pássaro que foge da gaiola, não mais retornando ao local de onde partiu. Há de haver cautela na anunciação