Portugues 13
Fortemente marcada pelo fim da Segunda Guerra, pela derrubada da ditadura de Getúlio Vargas e pelo clima de euforia daí decorrentes no país, a geração de 45 colocou em segundo plano as preocupações políticas, ideológicas e culturais dos artistas da década de 30 e privilegiou a questão estética. Assim, a aventura da linguagem, a preocupação com a forma e com o rigor do texto tornam-se o objetivo básico desta geração, que teve grandes expoentes tanto na poesia, quanto na prosa de ficção.
A) POESIA
1. JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1920 - 1998)
Obras principais:
Pedra do sono (1942); O engenheiro (1945); Psicologia da composição (1947); O cão sem plumas (1950); Morte e vida severina (1956); A educação pela pedra (1966); Museu de tudo (1975).
- Sua obra se articula como uma profunda reflexão sobre o fazer poético. A poesia é entendida como esforço em busca da síntese, do despojamento total. Poesia é lenta e sofrida pesquisa de expressão: "Não a forma encontrada / como uma concha perdida (...) / mas a forma atingida / como a ponta do novelo / que a atenção, lenta, / desenrola (...)
- Os primeiros textos de João Cabral (Pedra do sono, O engenheiro, Psicologia da composição) iniciam a aventura da expressão mínima e contida.
- Em O cão sem pluma a perfeição de sua linguagem encontra uma temática: o rio Capibaribe, com sua sujeira, seus detritos e com a população miserável que lhe habita as margens, trágico espelho do subdesenvolvimento: "Na paisagem do rio / difícil é saber / onde começa o rio; / onde a lama / começa no rio / onde a terra começa da lama; / onde o homem, / onde a pele / começa da lama; / onde começa o homem / naquele homem."
MORTE E VIDA SEVERINA
A sua obra mais conhecida (por causa da montagem teatral) traz como subtítulo: Auto de Natal pernambucano. Aqui a técnica despojada do autor realça ainda o aspecto dramático do assunto: a trajetória de um sertanejo que abandona o agreste, rumo ao litoral, encontrando nesta migração