Portfólio educação de jovens e adultos
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS “CONHECENDO O PENSAMENTO DE UM COLEGA QUE NÃO TEVE ACESSO Á ESCOLA NA IDADE ADEQUADA PERGUNTA-LHE QUAIS SÃO AS DIFICULDADES COTIDIANAS QUE ENFRENTA EM FUNÇÃO DE NÃO SABER LER E ESCREVER OU EM FUNÇÃO DE NÃO TER CONCLUIDOS OS ESTUDOS”
As pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar na idade esperada suscita olhares que vão além do processo de ensino aprendizagem. William é um homem de 21 anos, é pintor de paredes, casado e com duas filhas. Sabe ler e escrever muito pouco, apesar de ter entrado na escola aos cinco anos e nela ter permanecido até quase 16. Na sua lembrança, repetiu cerca de cinco vezes a primeira série, sendo promovido á segunda sem conseguir aprender a ler. Aos doze anos, freqüentando a terceira ou quarta série (nem se lembra bem), começou a ler um pouco, com dificuldade, sem, todavia, escrever. As suas sucessivas reprovações são atribuídas ás suas brincadeiras com os amigos e a situação familiar: sem mãe, vivendo com a avó e um pai alcoólatra que não dava sossego a ninguém, Mima começou a trabalhar cedo em um mercadinho, colocando preço nos artigos. Trabalhava o dia todo. A escola só lhe serviu para ensinar os números e, com isso, poder trabalhar no "mercadinho", marcando os preços dos artigos. Para ele o ensino não teve outra utilidade. Quando o pai morreu, tinha 17 anos e aí foi possível ter mais tranqüilidade. Juntou-se com um amigo pintor e foi ser auxiliar, lixando paredes. Por dois anos foi ensinado pelo amigo, mas também treinou sozinho durante as noites. Tornou-se o pintor de paredes que é hoje. Não acredita que a escola tenha ajudado a sua profissão nem a atender as necessidades da sua vida cotidiana. Ele poderia ter aprendido a ler e escrever com a ajuda dos amigos, como fez com a pintura, se tivesse tido interesse. Segundo ele, para quem tem uma profissão a escola não serve. Apesar dessa afirmação, diz que é importante ler