Por que Hannah Arendt Não Reconhece o Poder Nos atos Violentos .?
A reflexão sobre violência perpassa a obra de Hannah Arendt, como conseqüência de seu pensar sobre a liberdade. Hannah Arendt já alertara para a falta de grandes estudos sobre o fenômeno da violência e a conseqüente banalização do conceito. Segundo esta autora, a violência caracteriza-se por sua instrumentalidade, distinguindo-se do poder, do vigor, da força e, mesmo, da autoridade. A política constitui-se o horizonte de interpretação da violência, que não é nem natural, pessoal ou irracional. A violência contrapõe-se ao poder: de forma que onde domina um absolutamente, o outro está ausente. A reflexão de Hannah Arendt sobre violência fornece um referencial teórico, a partir da filosofia política, para entender o fenômeno na sua complexidade e amplitude. Percebe-se, igualmente, como o pensamento de Arendt funda uma caminho de ação no campo da educação em vista de uma intervenção na realidade de violência social. Uma educação que não efetiva o discurso e a ação, onde os sujeitos não são protagonistas, isto é, detentores da palavra e autônomos em seu agir, é uma educação que perpetua e reitera a violência dentro e fora dela.
O fenômeno da violência emergiu como um problema para os indivíduos e sociedades deste final de século. Embora, muitas vezes, não aprofundado e sujeito à influência da mídia, assumiu a proporção de um debate popular, expresso tanto na conversa cotidiana dos cidadãos e cidadãs, dos seus comportamentos e sentimentos, como na pauta das instituições que compõem a sociedade.
As respostas a este fenômeno têm se mostrado múltiplas e diversas, abrangendo uma gama de medidas, nos mais diversos níveis: individual, comunitário, governamental. As pessoas se armam e cercam as casas. As comunidades fazem passeatas pedindo paz