Por que dialogar?
Segundo o Prof. William Isaacs, autor do livro Dialogue and the art of thinking together (publicado em
1999), o diálogo põe em ação a nossa inteligência coletiva, fazendo-nos pensar para além dos limites individuais. Esta definição é extremamente relevante para a atual realidade das empresas. O conhecimento não é mais propriedade exclusiva de uma única pessoa ou de um grupo restrito que, detendo e interpretando as informações, decretavam ordens a serem cumpridas e ponto final. Hoje, as informações estão acessíveis a todos. São a matéria-prima com que todos temos de lidar para, compartilhando pensamentos e visões de mundo, criar produtos e serviços, descobrir soluções criativas, preparar-se para novos desafios.
Uma característica essencial do diálogo bem-sucedido é a sua capacidade de criar entre os dialogantes novos modelos mentais. Uma organização aprende quando aperfeiçoa a prática dialogal e, nessa prática, suscita novas visões do mundo. Este aperfeiçoamento implica que as pessoas precisam conviver com a indagação coletiva, libertando-se de posturas rígidas ou mecânicas, marcadas pela desconfiança, pelo medo, pela arrogância e por outros sentimentos que tornam inúteis e improdutivas muitas conversações.
Sendo o diálogo uma ferramenta com a qual descobrimos os conteúdos da consciência e abrimos espaço para a manifestação de novas realidades, é fundamental encará-lo como uma questão estratégica de suma importância. E que, portanto, merece ser tratada como prioridade.
“Patologias” conversacionais
Muitas conversas dentro da empresa deixam de realizar a característica fundamental de um diálogo — a de ser um processo de intercâmbio vivo entre pessoas. São as famosas conversas entre surdos, como na conhecida piada em que dois amigos se encontram:
— Você está indo pescar?
— Não, eu estou indo pescar.
— Ah, bom, pensei que você estivesse indo pescar!
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Tais conversas são monólogos em que, presos a suposições, tornamo-nos