População
Nascem menos bebês, o que esfriará a economia – a não ser que cada um faça, no futuro, o trabalho de muitos
Bruno Monteiro começa sua jornada de bebê às 7h30, com o pai, enquanto espera a babá chegar. Ele nem sabe andar, mas já está em curso um intenso debate sobre como ele trabalhará no futuro. A maioria dos economistas e demógrafos acredita que temos um problema pela frente. O número de filhos por casal vem caindo, e a geração de Bruno será menos numerosa que o necessário para garantir que a economia global cresça. Menor produção global significa mais dificuldade para que a humanidade vença a miséria. Por essa perspectiva, os bebês de hoje, por melhores trabalhadores que sejam, não conseguirão produzir o bastante para assegurar boa vida à sociedade toda. Mas um pequeno grupo de otimistas desafia esse prognóstico sombrio. Entre os otimistas estão os pesquisadores austríacos Erich Striessnig, do Centro Wittgenstein para Demografia e Capital Humano Global, e Wolfgang Lutz, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicada. Num estudo feito em 2014, eles concluíram que os adultos do futuro, graças à educação e à tecnologia, poderão se tornar tão mais produtivos que compensarão a pequena quantidade de braços para trabalhar. Combinada a outros fatores, essa altíssima produtividade garantirá o desenvolvimento global. Hoje, vários governos, como o do Japão, preocupam-se porque os nascimentos ocorrem abaixo da taxa de reposição, de 2,1 filhos por casal – o suficiente para compensar mortes precoces e manter a população estável. Os pesquisadores austríacos acham que essa preocupação é exagerada. “Geralmente, os níveis mais altos de bem-estar são alcançados por educação de alto nível, combinada com aposentadorias públicas relativamente baixas e taxas de fertilidade bem inferiores ao nível de reposição”, afirma o estudo. No modelo proposto por Lutz e Striessnig, a taxa de natalidade ideal estaria em