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A higienização das mãos é considerada a ação isolada mais importante no controle de infecções em serviços de saúde. Porém, a falta de adesão dos profissionais de saúde a esta prática é uma realidade que vem sendo constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos em diversas partes do mundo.
A utilização simples de água e sabão pode reduzir a população microbiana presente nas mãos e, na maioria das vezes, interromper a cadeia de transmissão de doenças. A aplicação de produtos anti-sépticos, em especial de agentes com base alcoólica, pode reduzir ainda mais os riscos de transmissão, pela intensificação da redução microbiana ou por favorecer um aumento na freqüência de higienização das mãos.
Por outro lado, a freqüência aumentada na higienização e o tipo de substância utilizada podem levar a danos na pele e aumentar a liberação de microrganismos no ambiente. O uso de novos produtos e a racionalização das indicações de higienização das mãos podem contornar este problema e facilitar a adesão de profissionais a esta prática, com conseqüente redução das infecções. O grande desafio, nos dias atuais, é a adequação das técnicas já desenvolvidas, aplicando os produtos disponíveis, à real necessidade de cada instituição, de acordo com o grau de complexidade das ações assistenciais ali desenvolvidas. *
Médica, pós-graduada em epidemiologia hospitalar e infectologia clínica, gerente da
Gerencia de Controle de Infecção em Serviços de Saúde da Gerência Geral de
Tecnologia em Serviços de Saúde/ANVISA e preside
As lições do passado
As manifestações de preocupação com a necessidade de higienização das mãos na assistência se iniciaram no século XI, com Maimonides defendendo a lavagem das mãos pelos praticantes da medicina. Entretanto, durante os séculos que se seguiram, os hábitos de higiene não passaram de rituais de purificação, evidenciando mais os