política
As cenas são diferentes, mas o roteiro é igual: todo início de legislatura federal traz consigo a ideia de reforma. Olhem por cima do muro da História e verão no corredor de passado não muito distante as pegadas de sucessivos impulsos reformistas: reforma do Estado, reforma financeira, reforma econômica, reforma tributária, reforma urbana, reforma rural, reforma da saúde, reforma do Judiciário, reforma fiscal, reforma constitucional e tantas outras que confirmam esta relação de reflexo condicionado entre ambos.
Nesta legislatura, a palavra de ordem é REFORMA POLÍTICA. O Legislativo já queria, mas depois que o Executivo estimulou a ideia - discurso da Presidente Dilma na solenidade de abertura do ano legislativo do Congresso Nacional – deputados e senadores imediatamente deram início aos trabalhos.
Por que a Reforma Política ?
Porque o atual sistema está degradado, esgotado, viciado, corrompido e totalmente deslegitimado. Em regra, os eleitores não votam nas ideias e propostas dos candidatos na mesma medida que os candidatos não pautam suas campanhas por debates e ideias programáticas. O uso de dinheiro nas campanhas eleitorais faz e desfaz candidaturas: ter é mais que ser.. Os eleitos não se sentem fiscalizados pelos eleitores, até porque a grande maioria dos eleitores não acompanha o exercício do mandato. Os partidos políticos estão enfraquecidos e os membros-filiados desconhecem e por isso descumprem seus princípios estatutários.
A prática clientelista dos pequenos favores (ajuda de custo, pedido de cargos, patrocínio de festas e formaturas, transporte de doentes do interior para a capital, pagamento de mensalidades escolares, etc) reduz a Política a uma sucursal do fisiologismo privado, igualando a todos – nós políticos e os eleitores – a posição de cúmplices diretos de um sistema que alimenta a corrupção, a subserviência eleitoral e o mais grave a própria negação da Política, uma vez