Politicas educacionais
Com a implementação das políticas neoliberais, levando ao desmonte das políticas sociais e a reformulação do papel do Estado como apenas coadjuvante, afastando-se de áreas como saúde, previdência e educação, houve um grande retrocesso. Estabeleceu-se uma concepção de que o bem-estar social pertence ao âmbito do privado, ou seja, da comunidade, das associações, das instituições filantrópicas, religiosas e como uma versão mais sofisticada dessa concepção, temos o chamado Terceiro Setor que merece uma análise mais crítica em relação a sua conceituação, atuação e funcionalidade dentro desse processo de reestruturação produtiva do capital.
De acordo com Mantano (2003), o ‘Terceiro Setor” inicialmente, é debil na sua construção conceitual, primeiramente, por seccionar a totalidade social em três esferas: O Estado (primeiro setor), o mercado (segundo setor) e a sociedade civil (Terceiro Setor), um recorte claramente neopositivista, estruturalista, funcionalista e liberal que isola e autonomiza a dinâmica de cada um deles, como se o “político” correspondesse ao Estado, o “econômico” ao âmbito do mercado e o “social” remetesse apenas à sociedade civil, num conceito reducionista. Seguindo esse raciocínio, se o Estado está em crise e o mercado tem uma lógica lucrativa, nem um nem outro poderiam dar resposta à demandas sociais, por conseguinte, o “terceiro setor” aparece como uma superação da dualidade público/privado, sendo o espaço “natural” para a atividade social.
Numa visão de sociedade na sua totalidade, pressuposto que tem como princípio a história em movimento e em constante transformação tendo como motor propulsor os conflitos humanos manifestos pela luta de classes, é inadmissível um recorte da sociedade em três esferas como primeiro, segundo e terceiro setores, relegando à “sociedade civil” que seria o “terceiro setor” o único espaço próprio, por excelência, para atuação na área social, visto