poesia

UMA VISÃO ALÉM DO GLOBO OCULAR
* Bárbara Apolyanna Leal Negreiros
João Jardim é um cineasta brasileiro, formado em jornalismo pela Faculdade da Cidade, estudou cinema na Universidade de Nova York. Realizador de algumas minisséries, além de ser editor, foi assistente de direção em longas-metragens e dirigiu comerciais para alguns dos principais anunciantes do Brasil. Inclusive seu primeiro longa metragem, Janela da Alma, ganhou 11 prêmios nacionais e internacionais e levou mais de 140 mil pessoas aos cinemas em 2002. Dentre outros longas como: Pro Dia Nascer Feliz, Lixo extraordinário. João com seu notável talento já foi premiado no Festival de Berlim e no Festival de Sundance. E Walter Carvalho e Silva é fotógrafo e cineasta brasileiro. Herdeiro do Cinema Novo, começou no cinema ajudando o irmão como fotógrafo e aos poucos se tornou diretor de cinema.
No filme Janela da Alma tais diretores João Jardim e Walter apresentam basicamente o tema: visão. Eles mostram a priori que é plausível perceber e “ver” o que se passa ao redor sem enxergar.
Dando ênfase ao assunto fizeram diversas entrevistas com pessoas que tem deficiência visual. No intuito de mostrar que os mesmos levam a vida normalmente apesar de seus problemas visuais. Um digno exemplo disso é o de Arnaldo Godoy (vereador de Minas Gerais), que deixa explícito que uma pessoa com esse tipo de problema pode sim sorrir, ser feliz e ser exemplo para outras pessoas que apresentam ou não essa deficiência. A própria filha dele é uma das maiores admiradoras dele e que não tem pudor em dizer que o pai é deficiente visual.
“Enxergar”, gozar da visão é um ato que vai além do convencional, e nos faz perceber o que eventualmente poderá estar fora do foco principal. Ela é muito mais eficaz quando sentimos. Sentir como transcender os cinco sentidos que possuímos, ir alem do experimentar. É, sobretudo, energizar-se com os corpos, com as mentes. É tentar perceber a harmonia (ou desarmonia) desses corpos juntos a natureza