Poemas
"morte"
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
A mensagem que transmite é a de que o amor é muito difícil, a mulher amada é quase impossível de conquistar e por isso a morte será a solução de todos os problemas.
A CAROLINA
Machado de Assis (morte)
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs o mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
o eu lírico está triste porque sua esposa amada morreu.
Na primeira estrofe, ele diz “ao pé do leito derradeiro”, isto é, na sepultura. Ele diz que vem e virá muitas vezes visitá-la na sepultura e levará flores a ela. E no coração pulsa o afeto verdadeiro de alguém que tem os olhos tristes e pensa sempre na vida feliz que levou ao lado de sua amada.
O DESFECHO Machado de ASSIS (MORTE)
Prometeu sacudiu os braços manietados
E súplice pediu a eterna compaixão,
Ao ver o desfilar dos séculos que vão
Pausadamente, como um dobre de finados.
Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião,
Uns cingidos de luz, outros ensangüentados ...
Súbito, sacudindo as asas de tufão,
Fita-lhe a águia em cima os olhos espantados.
Pela