poema
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira e morreu no Rio de Janeiro, no Brasil e foi poeta, contista e cronista. Foi dos mais influentes poetas brasileiros do século XX.
Teve dois filhos com Dolores Dutra Morais, um deles que morreu meia hora após nascer e outro morreu 12 dias antes da sua morte.
Carlos formou-se em farmácia e escreveu livros infantis, contos, crónicas e poesia.
Foi modernista, seguiu o movimento do modernismo, esse movimento poderia dividir-se em duas partes uma corrente mais lírica e subjetiva a outra mais objetiva e concreta, Carlos faria parte da corrente mais objetiva e concreta. O modernismo cultivava o verso livre.
Poema da Necessidade
É preciso casar João, é preciso suportar António, é preciso odiar Melquíades, é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país, é preciso crer em Deus, é preciso pagar as dívidas, é preciso comprar um rádio, é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque, é preciso estar sempre bêbedo, é preciso ler Baudelaire, é preciso colher as flores de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens, é preciso não assassiná-los, é preciso ter mãos pálidas e anunciar o FIM DO MUNDO.
Análise externa
O poema tem quatro estrofes, contendo duas quadras e duas quintilhas. O seu esquema rimático é ABCD EFGHI JKLMM NOGP. O terceiro verso da segunda estrofe rima com o terceiro verso da quarta estrofe sendo rima interpolada e o quarto verso da terceira estrofe rima com o quinto verso da terceira estrofe sendo rima emparelhada. O resto dos versos são versos brancos.
A métrica do poema é regular.
É preciso estar sempre bêbedo – 8 sílabas métricas é octossílabo.
É preciso casar João – 8 sílabas métricas é octossílabo.
É preciso colher as flores – 8 sílabas métricas é octossílabo. e anunciar o FIM DO MUNDO – 6 sílabas métricas é hexassílabo.