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i) Na sequência do aprofundamento das especificidades de que se reveste a construção do conhecimento científico nas Ciências Sociais, nomeadamente a necessidade de romper com os obstáculos epistemológicos veiculados pelas explicações do senso comum acerca da realidade social, ler com atenção o texto que se segue:

“Nasci em 1926, a terceira de quatro filhos. Não tínhamos pai. Fui criada no Lugar da Praia pela minha mãe que trabalhava como jornaleira, apanhava algas e vendia peixe para nos alimentar. (…) Quando eu era criança, as raparigas costumavam apanhar algas na praia com uma rede de mão e nos barcos com uma espécie de ancinho, a ganchola. Costumava também acompanhar familiares na pesca. Quando eu tinha 10 anos de idade comecei a acompanhar os vizinhos quando eles iam à pesca. Quando fiz 14 anos, tirei a minha licença e continuei a pescar no barco dos meus vizinhos. Todos esses homens já morreram mas forma eles que me ensinaram a profissão.
Casei quando apenas tinha 20 anos (…) o meu marido era pescador de uma freguesia vizinha. (…) Eu continuei a ir à pesca sempre que podia e depois de as minhas filhas nascerem deixava-as entregues à minha mãe para poder ir ao mar. Trabalhei também na apanha das algas e saí muitas vezes sozinha com o barco para apanhar algas. (…) Em 1961, comprei um barco e irei licença de arrais. Gosto da minha profissão. (…) A pesca não dava o que dá agora e a vida de pescadeira era uma vida muito difícil. Mas tinha que me virar para o que sabia fazer. Primeiro, pesquei num barco que era de outro pescador, e depois, durante dezoito anos, pesquei no meu próprio barco, o Três Marias. (…) Embora nos últimos anos eu tenha sido a única mulher-mestre, não tenho tido dificuldades nenhumas porque conheço a minha profissão muito bem - tão bem como os meus camaradas. Os homens gostavam de pescar comigo porque sabiam que eu era forte. C., um dos meus camaradas dizia que eu era mais forte do que ele. A pesca não tem segredos para mim (…) Toda a

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