PLATÃO. Livro VII. In: A república. 9 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gubenkian, 1972. p. 315-359
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PLATÃO. Livro VII. In: A república. 9 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gubenkian, 1972. p. 315-359O Livro VII apresenta o mito da caverna, no qual alguém se liberta da prisão do mundo sensível, conhece a verdade do mundo inteligível e se vê no dever de voltar para libertar os que permaneceram na caverna. O significado desta alegoria é no sentido de que os homens são neste mundo escravos de seus sentidos, ou seja, na obscuridade do mundo da matéria não apreendem senão sombras ou vagos reflexos. Porém, os modelos destas sombras, a fonte luminosa destes reflexos, permanecem a tal ponto desconhecidos para eles que não suspeitam sequer de sua existência.
O mito da caverna demonstra que os homens só enxergam o que está diante dos olhos, devido ao fato de que são acostumados a serem imperceptíveis a fatos alheios. Entretanto, é necessário enxergar além das coisas e se enxergassem o que realmente era, poderiam voltar às sombras pelo fato de que, olhar para o real pode não ser bom aos olhos, ver as coisas como realmente são pode machucar. Mesmo procurando a verdade, precisaria de tempo para se acostumar com uma nova realidade. Iria continuar desejando apenas o que já era acostumado.
Posteriormente, começariam a entender o porquê das coisas, por que acontecem e como acontecem. Nesse momento, surgem questionamentos no que se refere à realidade, de ver as coisas como realmente são, ou se não era melhor continuar na ignorância, na ilusão, na imaginação. Mesmo que o homem prefira viver na ignorância, tendo ele já conhecido a realidade, jamais suportaria voltar à ilusão, sendo que os fatos, já não lhe são indiferentes, ao contrário, são totalmente perceptíveis ao seu novo mundo.
Segundo Sócrates os que não recebem nenhuma educação ou não possuem conhecimento da verdade não são capazes para governar o Estado, visto que não há em sua conduta algo que lhe diga como fazer, ou o que fazer na vida pública ou privada. Socrátes ainda expõe que o legislador educa seus cidadãos para