Plano Cruzado 1986
28 de fevereiro de 1986!
Um dia que merece destaque na história econômica do Brasil.
Nessa data, com o propósito de erradicar da economia o crônico processo inflacionário que emitia visíveis sinais de saltar de um patamar de
230%, registrado entre 1983-85, para o atemorizante índice de 350-400% ao ano, o governo editou o Plano de Estabilização Econômica (PEE), que ficou conhecido como Plano Cruzado.
O diagnóstico governamental foi de ser a inflação brasileira, àquela altura, de natureza predominantemente inercial. Em outras palavras, isto significava que a inflação presente explicava-se pela inflação passada, que se reproduzia através da existência de mecanismos formais e informais de indexação da economia. Nesse sentido, a causa da inflação era a própria inflação.
Para eliminar esse componente de caráter inercial da inflação, dois pontos se tornaram nucleares no
Plano:
A desmontagem dos mecanismos de indexação da economia e o congelamento de seus preços.
Lançado em fevereiro de 1986, durante o governo do presidente José Sarney, o Plano
Cruzado foi o primeiro pacote econômico a intervir de forma radical na economia brasileira, com o objetivo de eliminar a hiperinflação. Entre as medidas de combate à inflação, destacam-se o congelamento de preços de bens e serviços; e o congelamento da taxa de câmbio por um ano, com o dólar valendo Cz$ 13,84. Pelo lado da renda dos trabalhadores, o pacote previa ainda uma redução da demanda, um dos fatores a alimentar a inflação, por meio do congelamento dos salários pela média dos últimos seis meses e o estabelecimento do salário mínimo em Cz$ 804, o equivalente a US$ 67.
Os salários, por sua vez, passaram a ter um gatilho de reajuste disparado toda vez que a inflação ultrapassasse 20% ao mês. Ainda no campo do mercado de trabalho, pela primeira vez foi criado um segurodesemprego.
Para combater a inflação, o Plano
Cruzado previa a desindexação da economia. Com isso, a correção de
dívidas