PLANEJAMENTO
A gigante japonesa está perto de quebrar uma hegemonia histórica. Segundo projeções do mercado, até o final de 2007 a Toyota será a maior fabricante de automóveis do mundo – é a primeira vez em 100 anos que Ford e General Motors deixam a liderança. O segredo? Uma cultura, nascida há 50 anos, ancorada na busca incessante pela inovação
Por Amauri Segalla
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A segunda metade do século 20 viu nascer uma grande revolução na indústria mundial. Enquanto o Japão agonizava no pós-guerra, a fabricante de automóveis Toyota criava, na década de 50, um dos sistemas de produção mais inovadores de todos os tempos. O modelo idealizado pelo fundador da empresa, Sakichi Toyoda, e aprimorado por seu filho, Kiichiro, consiste basicamente numa cadeia de suprimentos enxuta, flexível e altamente terceirizada, que prevê a eliminação quase total dos estoques e a busca incessante pela agilização do processo produtivo. Com tal premissa, a Toyota tornou anacrônicos os métodos consagrados por Henry Ford, que, em 1908, introduziu a linha de montagem na fabricação de automóveis. A produção em série inventada por Ford possibilitou a confecção de bens a preços acessíveis, ajudou a erigir a sociedade de consumo e tornou-se um paradigma de sucesso cultuado e reproduzido por toda e qualquer empresa no mundo. Entretanto, os métodos produtivos de Ford revelaram-se inflexíveis (não à toa, todos os seus carros daquele período eram pretos) e altamente ineficientes, o oposto do que veio a ser o método Toyota. Graças a isso, nas últimas cinco décadas o sistema desenvolvido pelos japoneses foi replicado por centenas de companhias de diferentes setores, entre elas a Microsoft, produtora de softwares, e a Boeing, fabricante de aviões, sendo reconhecido como um padrão de excelência único no mundo.
Nos próximos meses, o chamado Sistema Toyota de Produção atingirá seu ápice. Segundo projeções da consultoria especializada CSM Worldwide, os japoneses da Toyota estão prestes a