Pintura_ o gozo do olho
1067 palavras
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Universidade de Campinas_ Instituto de ArtesDisciplina de História da Arte III_Professora Dra. Claudia Valadão
Nathalia Quarz Magalhães R.A 016997
Peter Paul Rubens: Pintura_ gozo do olho
O presente texto buscou analisar os avanços obtidos por Roger de Piles a frente da Academia Francesa de Pintura no século XVIII na ênfase a importância da cor, seu caráter modernizante bem como a autonomia que engendra na linguagem pictórica dentro da questão do ut pictura poesis.
No século XVIII o sistema de arte sofre profundas transformações; com o advento da burguesia, tem-se a ampliação do público desejoso por consumir arte, surgem também tratados a propósito da percepção da obra de arte.
A Academia de Pintura francesa sob a égide de Charles Lebrun ao longo do século XVII, seguindo a tradição da ut pictura poesis (poesia como pintura), levou a pintura a se submeter as regras da poesia, intelectualizando a arte pictórica a tal ponto “que o seu caráter primário de arte visual capaz de afetar a imaginação humana apenas através do seu poder inicial sobre o sentido da visão foi amplamente descuidado.”1
Roger de Piles no seu Dialogues sur le coloris (1673) atribuirá a cor um papel central, e para além da questão rubénistes contra poussinistes, seus tratados levaram a pintura, “talvez pela primeira vez, se tornar independente dos tratados de poética e retórica”.2 Principiando assim, uma autonomia do campo pictórico.
“Se as aceitações da cor como motor da pintura por Piles introduzem uma nova teoria, essa não deixa de lado a submissão à retórica e a dimensão de uma pintura discursiva, necessariamente decorrente duma narrativa que passa pela referência ao real, por uma digressão que não deixa de lado os princípios da imitação. O caminho da autonomia iniciado em Piles será longo até chegar a uma pintura que assume plenamente sua autonomia pela cor para se entregar deliberadamente ao prazer e à paixão.”3
Na obra O Rapto das