Peça teatral adaptada do romance Memórias de Um Sargento de Milícias
Memórias de um Sargento de Milícias
Contextualizada à Moreninha e Certezas de Mário Quintana.
Cena I
Entra Maria da Hortaliça com uma cesta na mão.
Maria da Hortaliça (anunciando): Atenção! Atenção, RJ! Eis aqui Maria das Hortaliças com as melhores quitandas do Porto: cocada, pastel Sta clara, vinho português e bacalhau!
Entra em cena para comprar, Maria Regalada muito risonha e assanhada.
Maria da Hortaliça: Maria Regalada, vai querer Pastel de Belém, vinho português?
Maria Regalada: Eu quero... (pensando) pastel de Belém.
Maria da Hortaliça: Aqui está! O melhor pastel do Cais do Porto!
Maria Regalada: Obrigada Maria da Hortaliça, até mais. (sai)
Maria da Hortaliça (anunciando): Cocada, pastel Sta Clara, vinho português e bacalhau! Cena II
Entra no palco Leonardo Pataca cantando:
Quando estava em minha terra
Acompanhado ou sozinho,
Cantava de noite e de dia
Ao pé de um copo de vinho!
Maria da Hortaliça: Pois, pois, Leonardo Pataca, vinho do poto eu tenho pra vende! E mais a dar. Ao mais galante Meirinho do Cais do Porto, basta ocê querer!
Leonardo Pataca olhando surpreso e malicioso se aproxima, dá-lhe uma pisadela e recebe um beliscão (2x)
Maria da Hortaliça: Si, si, pisou gostoso...
Leonardo Pataca: Si, si, beliscou gostoso...
Cai a cesta e os dois cada vez mais juntos, Leonardo Pataca ao juntar as quitandas pega sua mão.
Leonardo Pataca: Vamos atrás do Cais continuar as pisadelas e os beliscões! Hortalicinha!! (muito malicioso)
Maria da Hortaliça: Ui, si... (Saem de cena se pisando e beliscando)
Cena III
Entra Maria Regalada, espalhafatosa, como mulher da vida, fazendo ponto de um lado do palco. Logo entra Major Vidigal do outro lado.
Maria Regalada: Major Vidigal! Temor dos malandros. Rei absoluto, árbitro supremo e distribuidor de castigos dos vagabundos do Rio de Janeiro.
Major Vidigal: E a mariposa quem é?
Maria Regalada: Maria Regalada!
Major Vidigal: Regala o quê?
Maria Regalada: Tudo o que o moço quisé
Quando vão se agarrar,