Petroleo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

Fichamento do livro “Criatividade e dependência na civilização industrial”, de Celso Furtado

Professor: César Bolaños
Disciplina: Desenvolvimento Econômico e Social
Aluna: Laís Gomes Vasconcelos

ARACAJU
2014
1. PODER E ESPAÇO NUMA ECONOMIA QUE SE GLOBALIZA

A expansão da economia mundial trouxe à tona a fiabilidade dos centros de decisão responsáveis por sua coordenação, a origem e propagação de processos desestabilizadores das economias nacionais e a legitimidade do poder que exercem os agentes que se apropriam do excedente gerado pelas transações internacionais e que comandam a crescente concentração geográfica da renda e da riqueza. Mas houve uma segunda ordem de problemas que diz respeito às consequências, dentro das economias nacionais, das formas particulares de inserção no sistema de divisão internacional do trabalho.
Celso Furtado afirma que “a teoria dos mercados internacionais funda-se em pressupostos microeconômicos, caso especial que é da teoria do equilíbrio geral” e explica: “a verdadeira ruptura com a racionalidade microeconômica, introduzida pela macroeconomia, decorre da inserção na análise de uma entidade nacional estruturada, com centros de decisão capacitados para interpretar interesses comuns, definir objetivos globais e assegurar a coordenação das iniciativas particulares em função da consecução desses objetivos”. Parte daí os dois planos autônomos que servem de base à análise econômica: os agentes individuais, que são incapacitados para modificar premeditadamente a estrutura do sistema; e os agregados nacionais, fundado no pressuposto de que o comportamento destes pode ser objeto de previsão e, por extensão, de orientação. O exemplo dado por Furtado é o de que “ao introduzir um imposto ao consumo de certos bens, o Estado provoca diretamente modificação no comportamento de um grupo de agentes e no de outros