Petroleo
Em outubro de 1973 as nações participantes da OPEP formaram o mais contundente cartel da história econômica contemporânea e elevaram os preços de referência do petróleo bruto nos mercados internacionais de US$ 2,5 para US$ 11,0 por barril. Esta inesperada e substancial elevação de preços acarretou, além de ampla redistribuição da renda mundial a favor dos países exportadores de petróleo, sérios problemas de adaptação para os importadores. A curto prazo a maioria dos governos desses países defrontou-se com problemas de financiar inesperados e vultosos déficits de seus balanços de transações correntes e de diluir os custos da crise por todos os segmentos da sociedade evitando assim que o peso do seu impacto se concentrasse inteiramente nos setores ligados ao petróleo. Já os problemas de longo prazo relacionam-se essencialmente com a necessidade de ampliar a oferta de fontes alternativas de energia, desenvolver tecnologias e estilos de vida adequados a essas novas condições de oferta.
Enquanto isto os problemas econômicos de médio prazo — que estarão entre os principais focos de atenção deste ensaio — consistiam, como ainda em grande parte consistem, em adaptar a economia das nações importadoras a três conseqüências fundamentais da elevação dos custos de importação de petróleo: (a) a queda das trajetórias de crescimento de suas rendas nacionais e, portanto, de suas oportunidades de consumo; (b) o aumento dos custos relativos de produção de bens e serviços que utilizam petróleo intensamente; (c) a queda da taxa de rentabilidade global dos estoques de capital investidos internamente nesses países, em comparação com as taxas de juros