Pessoas em situação de rua
O censo da população em situação de rua de São Paulo de 2011 (FESPSP) constatou que 14.438 pessoas sobrevivem nessa realidade. O aumento da população (em 2000, eram 8.706 pessoas) na cidade com a economia mais forte na América Latina impõe a pergunta: por quê?
A pessoa acaba na rua por uma combinação de fatores externos e internos. Tirar uma pessoa da rua não resolve todas as questões que a levam para lá. É fundamental reconhecer que não existe só um motivo. Veja abaixo alguns dos fatores:
Estruturais: pobreza, ausência de moradia digna, despejos, desigualdade em acesso à educação e saúde, sistema prisional, inexistência de trabalho para idosos ou perfil de baixa escolaridade, violência (do Estado).
Biopsíquicos: transtornos mentais, dependência química, alcoolismo, desnutrição.
Sociais: rompimento de vínculos afetivos (família, companheiros etc), violência (dos familiares).
Ambientais: enchente e incêndio.
A conclusão a que se chega é que, sem vínculos familiares, educação e tratamento de saúde de qualidade, qualquer um poderia acabar na rua.
PRECONCEITO
Preconceito é “opinião ou ideia preconcebida sobre algo ou alguém, sem conhecimento ou reflexão.” Enxergar a pessoa em situação de rua como drogado, mendigo, preguiçoso ou como um perigo – sem entender quem ela é ou por que ela está na rua – é preconceito.
Isso é normal. Preconceito faz parte da condição humana.
O que não pode acontecer é usar o medo, a frustração ou a raiva que o preconceito gera para violar os direitos das pessoas em situação de rua. Políticas públicas nunca devem refletir os preconceitos da sociedade – ao contrário, devem superar e transformá-los.
Como superar o preconceito, algo intrínseco a todas às pessoas? É preciso buscar entender o que está por trás da imagem de um preconceito. Tentar conhecer minimamente uma realidade complexa como a das pessoas que estão em situação de rua em São Paulo e no mundo inteiro.
É necessário combatê-lo, e a