Pesquisas de opinião e cenário de representação da política
Jorge Almeida*
Resumo No sentido de compreender a questão da opinião na sociedade contemporânea, da sua formação e dos instrumentos de sua captação, citaremos autores que questionam ou negam a existência da opinião pública e a possibilidade de sua apreensão e outros que, de alguma maneira, sustentam a existência de algum tipo de opinião. Finalmente, estudaremos a relação da chamada “opinião pública” ou “estado de opinião”, com o conceito de “cenário de representação da política”, mostrando que as “pesquisas de opinião” efetivamente abarcam uma temática mais ampla que a das opiniões, correspondendo mais aos diversos elementos do “cenário de representação da política”. Neste caso, as pesquisas tanto podem ser utilizadas para o marketing político como para estudos de caráter científico e acadêmico.
Introdução A disputa política sempre foi mais eficaz para quem trabalhou com informações mais precisas sabre os adversários, o campo da luta e as próprias forças. Já em 500 a. C., o general chinês Sun Tzu (1983) dizia: "Se você se conhece bem e ao inimigo, não precisa temer o resultado de uma centena de combates". Dois mil e quinhentos anos depois, com técnicas impensáveis naquela época, os institutos de pesquisa de opinião continuam perseguindo as objetivos que Tzu buscava através da alocação se seus melhores quadros: a obtenção de informações, as mais precisas possíveis sobre os cenários da luta. Nos Estados Unidos, desde a década de 40, a combinação das pesquisas de opinião com as técnicas de marketing político e os grandes meios de comunicação já têm uma história mais conhecida, fazendo com que pesquisas e mídia exerçam atualmente influência eleitoral desde o processo das primárias dos partidos Democrata e Republicano. No Brasil, as pesquisas de opinião começam a partir dos anos 50, se desenvolvem principalmente com o fim do regime
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Jorge Almeida é doutorando do Programa de Pós-graduação em