Pelos vapores do progresso
A IMPLANTAÇÃO DOS GABINETES DE FÍSICA E QUÍMICA NA ESCOLA NORMAL DA CAPITAL FEDERAL (1890-1892)
Heloisa Helena Meirelles dos Santos [i] PROPEd/ UERJ helohmei@gmail.com
Escola Normal da Capital Federal; cultura escolar; formação de professores
Analisar as razões do envolvimento do governo provisório republicano para a montagem dos gabinetes de Física e Química da Escola Normal da Capital Federal é o objetivo deste trabalho que é parte de um estudo mais amplo sobre a história desta instituição, ainda em desenvolvimento. Utilizo para a pesquisa fontes documentais manuscritas, sob a guarda do Centro de Memória Institucional do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, que revelaram: a necessidade da compra e a listagem do material comprado; a preparação científica necessária ao curso de Ciências e Letras, parte do currículo para a formação de professores e o método utilizado no ensino dos normalistas; as discussões dos professores sobre a falta dos gabinetes após a mudança de endereço da Escola Normal e o papel, como intelectual, do Professor das Cadeiras de Física e Química, Pedro Barreto Galvão; as inúmeras providências tomadas pelo Governo Provisório através do Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos e as condições do translado e chegada à instituição de experimentos tecnologicamente modernos.
A chegada
Em 27 de maio de 1891 a Escola Normal da Capital Federal foi informada do Conhecimento de Embarque [ii] do vapor Parahyba com a chegada da primeira parte do lote de compras dos experimentos e reativos comprados na Europa para implantação dos Gabinetes de Física e Química Os vapores eram assim chamados porque utilizavam as máquinas a vapor que impulsionavam as hélices fazendo, deste modo, a embarcação se mover, por isso, acredito, foi uma viagem longa para as dezenove caixas[iii] de equipamentos. No final do século XIX as viagens para a