pedrocabral
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A ANTROPOLOGIA CONTEMPORÂNEA1. Introdução
Impulsionado pela expansão do capitalismo e do colonialismo, pelo qual as metrópoles europeias buscavam abastecer-se de matéria-prima para sua indústria e, depois, aumentar o consumo dos produtos industrializados, o contato com povos diferentes dos europeus provocou o desenvolvimento da análise da cultura. Essas análises inicialmente tiveram a Europa como padrão desejável de civilização humana, responsável pelo desenvolvimento de teorias etnocêntricas que viam a história como um processo universal e determinista que levava todos os povos a adotar, com o passar dos anos, um mesmo modelo de sociedade.
A passagem do século XIX para o XX trouxe modificações significativas – de um lado a Europa entra em crise, os países europeus passam a disputar territórios e hegemonia política dentro e fora do continente, colocando em risco a sobrevivência dos países envolvidos; de outro, diversas ciências humanas, como a psicologia, psicanálise e a semiótica, desenvolvem-se, tendo por princípio a ideia de uma natureza única e de igual complexidade e evolução, existente em diferentes sociedades. A partir dessas duas tendências – uma que colocava em dúvida a superioridade europeia e outra que descartava o evolucionismo, atribuindo a todas as culturas o mesmo nível de desenvolvimento social e humano, independentemente do avanço tecnológico e científico alcançado – uma revolução ocorre na teoria da cultura, surgindo explicações teóricas baseadas menos nos elementos visíveis de ação humana e mais em seus aspectos simbólicos, linguísticos e cognoscentes.
Teorias desenvolvidas por Freud atribuíam aos seres humanos uma mesma psique e uma mesma subjetividade, analisando mitos e tabus presentes nas mais diferentes culturas. Estudos como o de Ferdinand Saussure, em semiótica, mostravam que a linguagem humana baseava-se nos mesmos princípios sistêmicos, fosse ela baseada na oralidade ou na grafia, nos gestos ou na expressão corporal. Karl