patologia em telhados
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TELHADOS TRADICIONAIS
PATOLOGIAS, REPAROS E MANUTENÇÃO
Jorge Eduardo Lucena Tinoco (*);
(†) Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada – CECI
I. Introdução
Os antigos telhados das edificações de valor cultural, de origem arquitetônica luso-brasileira, localizados nas principais cidades históricas do
Nordeste do Brasili, desde a década de 1970, têm sido muito descaracterizados. As causas devem-se às perdas dos materiais, técnicas e sistemas construtivos tradicionais, em decorrência da ignorância do modo de fazer dos artesãos do passado. As edificações observadas pelo autor, ao longo de 30 anos, apresentam patologias crônicas, resultado das intervenções de restauração, realizadas por entidades públicas responsáveis pela preservação. Os trabalhos executados nos telhados contribuíram para a descaracterização das coberturas tradicionais a tal ponto que em 2003, a arquiteta Renata Lopesii constatou que não havia mais nenhum telhado original nas edificações religiosas, tombadas em nível federal, no estado de Pernambuco.
As intervenções de restauro foram muito radicais em um dos elementos principais da coberta, sob o ponto de vista técnico e estético – as telhas em seu formato e dimensões. Este fato é tão significativo e atual que, no ano passado (março~dezembro/2005), todas as telhas do Conjunto Franciscano de Olinda
(PE)iii foram substituídas e as antigas literalmente jogadas ao lixoiv.
II. As patologias
Dependendo do emprego dos materiais, técnica e sistema construtivos numa intervenção de restauro, são inúmeras as deteriorações acarretadas numa edificação.
As principais têm origem nas goteiras, quer por percolação nas telhas mal cozidas, quer por infiltração em cumeeiras, beirais e algerozes quer por transbordamento nas bicas estreitas. O telhamento é o principal fator de estanqueidade de uma