Passagem da concepção mítica para a concepção filosófica

O pensamento mítico não transgrediu ao pensamento filosófico de uma maneira drástica, ou seja, não ouve um grande acontecimento que fez com que ocorresse essa modificação. O mesmo ocorreu de maneira lenta e progressiva o que nos leva a pensar que a própria filosofia e o pensamento racional é um processo de progressiva racionalização da visão religiosa do mundo. Como alguns filósofos pré-socráticos não confiavam nos mitos eles passaram a tentar esclarecer a realidade através dos elementos da natureza. Tales por exemplo afirmava que a água era a origem de tudo enquanto Pitágoras já dizia que essa origem era proveniente dos números. Através disso a filosofia passou a ganhar forma onde ela tentava explicar os fatos através da razão utilizando de investigações e questionamentos. Com esse time de pensamento a natureza parou de receber uma forma divina e passou a receber uma visão de fato física. Antes o que era visto como Urano, Ponto e Gaia se tornaram céu, mar e terra. Tales de Mileto foi o primeiro grande nome desta mudança. Criador da teoria de que tudo vinha da água, utilizava da razão para sustentar sua teoria. Percebendo que todas as coisas se nutrem da água e que sem isso elas secam e morre ele pensou que tudo se origina dela e para ela irá retornar e nisso temos um exemplo de pensamento racional para tentar entender alguma coisa. Posteriormente outros filósofos apareceram com teorias parecidas como Anaxímenes de Mileto que dizia que o principio de tudo era o ar, Empédocles já relacionava quatro elementos fundamentais, a terra, a água, o ar e o fogo, Heráclito já dizia que o princípio era o fogo. Como podemos ver, todos esses filósofos considerados pré-socráticos tinham como base de raciocínio a natureza e seu fundamento e não fatos sobrenaturais tal qual era retratado nos mitos e a partir disso surgem os primeiros filósofos que contrariando o pensamento comum de suas épocas procuraram entender as coisas através de um pensamento lógico utilizando-se da