Parnasianismo
A ronda noturna
Olavo Bilac
Noite cerrada, tormentosa, escura,
Lá fora. Dorme em trevas o convento.
Queda imoto o arvoredo. Não fulgura Imoto: imóvel
Uma estrela no torvo firmamento.
Dentro é tudo mudez. Flébil murmura, Flébil: choroso
De espaço a espaço, entanto, a voz do vento:
E há um rasgar de sudários pela altura,
Passo de espectros pelo pavimento...
Mas, de súbito, os gonzos das pesadas Gonzo: dobradiça
Portas rangem... Ecoa surdamente
Leve rumor de vozes abafadas.
E, ao clarão de uma lâmpada tremente,
Do claustro sob as tácitas arcadas Claustro: pátio rodeado de galerias. Tácito: escondido
Passa a ronda noturna, lentamente...
. Escreva no caderno apenas as afirmações que poderiam completar corretamente a frase abaixo:
O poema “A ronda noturna”...
a) trata do medo da morte, representada pela angústia de eu lírico com a atmosfera sombria e fantasmagórica do convento.
b) pode ser visto como metáfora da presença vigilante da vida, mesmo em situações em que parece haver o predomínio de um cenário de morte.
c) procura surpreender ao mostrar luz e movimento suaves em um cenário de escuridão e imobilidade pesadas.
d) trata da oposição entre noite e dia. Assim, as duas primeiras estrofes representam o dia e as duas últimas, a noite.
Lendo a Ilíada
Olavo Bilac
Ei-lo, o poema de assombros, céu cortado
De relâmpagos, onde a alma potente
De Homero vive, e vive eternizado
O espantoso poder da argiva gente.
Arde Troia... De rastos passa atado
O herói ao carro do raval, e ardente,
Bate o sol sobre um mar ilimitado
De capacetes e de sangue quente.
Mais que as armas, porém, mais que a batalha
Mais que os incêndios, brilha o amor que ateia
O ódio e entre os povos a discórdia espalha:
- Esse amor que ora ativa, ora asserena
A guerra, e o heroico Páris encadeia
Aos curvos seios da formosa Helena.
Os poetas parnasianos