Parede celular bacteriana
Introdução
As propriedades químicas e estruturais peculiares da parede celular fizeram dela um alvo atraente e proeminente da quimioterapia antibacteriana. Entretanto, o aparecimento e a disseminação da resistência a antibióticos complicam cada vez mais o uso clínico de inibidores da síntese da parede celular. (Golan, et al. 2009)
Estrutura química da parede celular bacteriana
A parede celular das bactérias é uma rede tridimensional de polímeros de açúcares, com ligação cruzada peptídica, que circunda a célula no lado externo de sua membrana citoplasmática. Na sua estrutura química, a parede celular também é conhecida como peptidoglicano, um termo derivado de sua composição constituída de peptídios e açúcares, ou como mureína, do latim murus, que significa “parede”. A parede celular constitui uma característica de quase todas as bactérias clinicamente importantes. As principais exceções são o Mycoplasma pneumoniae, que pode causar pneumonia atípica, e a forma intracelular (ou “corpúsculo reticulado”) de Chlamydia trachomatis , que pode provocar doença sexualmente transmitida. (Golan, et al. 2009)
Segundo Trabulsi et al (1999), o peptídioglicano ou mureína trata-se de uma macromolécula formada por um arcabouço composto por uma alternância de N-acetil-glicosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico (NAM). A este ultimo encontram-se ligadas, covalentemente, cadeias laterais de tetrapeptídios (CLT). Pontes de pentaglicina (Gly5) fazem a ligação inter-cadeias (bactérias Gram +) ou ligação peptídica cruzada (Gram -), o que garante a total rigidez da parede celular bacteriana. A forma da célula é determinada pelo comprimento das cadeias do peptidioglicano e pela quantidade de interligações existentes entre estas cadeias.
As bactérias são convencionalmente divididas em dois grupos — as bactérias Gram-positivas e as bactérias Gram-negativas — com base na sua capacidade relativa de reter a cor púrpura do componente violeta de genciana da