Para que serve a filosofia

Neste artigo, Guaracy Araújo comenta o porquê da relação entre a filosofia e as sociedades terem sido quase sempre negativas nos últimos séculos, ele argumenta que a filosofia parece perder a relevância no presente histórico, em decorrência do fato de que a estrutura social baseia-se na constante produção de coisas de modo irrefletido. A filosofia parece então, por um lado uma ciência sem utilidade e, por outro, uma espécie de ameaça a essa tendência compulsiva de produção já que se caracteriza essencialmente pelo ato reflexivo. Para Guaracy ocorreu uma transformação do pensamento filosófico em produto útil a estrutura social, onde filósofos produzem trabalhos sem o aprofundamento teórico necessário o que os transforma em comentários de obras de outros filósofos. Ao denunciar o caráter pernicioso da dinâmica que a atual realidade social assume a filosofia causa também certa aversão ao seu pensamento. Essa forma crítica que o estudioso da filosofia utiliza acarreta em um distanciamento do modo geral em que a sociedade opera, fazendo com que o leigo pense na filosofia como algo distante.
Mas, apesar dessa relação turbulenta, a filosofia não deixou de existir como ciência, para isso teve que modificar sua estrutura e assumir uma nova postura em face da realidade histórica, adaptando-se a esta mesma realidade. Mesmo com as adaptações ocorridas esta ciência não perdeu seu papel sendo assim, de fundamental importância em inúmeras instituições dentro da sociedade a qual pertence. O filosofar, não deixou de existir em sua forma básica, sendo ainda o grande questionador da realidade presente, este modo de pensar apenas se moldou de forma a caber na nova realidade social. Para o autor do artigo, a postura crítica muitas vezes assumida pela filosofia, seria mais bem trabalhada se houvesse um maior diálogo entre os pensadores e os diversos grupos sociais. O artigo apresenta a visão da sociedade quando a filosofia, sugerindo um diálogo maior entre ambos. Os grupos sociais,