PAPILOSCOPIA
Marcos Elias Cláudio de Araújo
Instituto Nacional de Identificação
Diretoria Técnica Científica
Departamento de Polícia Federal
Luiz Pasquali
Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida – LabPAM
Instituto de Psicologia, UnB
Capítulo I - Histórico dos Processos de
Identificação
Introdução
Estabelecer a identidade de uma pessoa incontestavelmente tem sido desde os tempos remotos uma meta incansável.
Para Federico Olóriz Aguilera1 “a identificação é o ato mais freqüente e elementar da vida social”. Usamos todos os nossos sentidos, a visão, o olfato, a audição, o tato e o paladar, constantemente no processo de identificação, seja ele com pessoas ou coisas.
Porém, quando nos deparamos com a necessidade específica de imputarmos uma responsabilidade a uma pessoa, e este é o objetivo da Polícia Científica, o termo
“identificação”
precisa ser diferenciado de “reconhecimento”.
Ao atendermos um telefone, procuramos imediatamente reconhecer de quem é a voz do outro lado.
Quando pretendemos comer algo, fazemos um reconhecimento do alimento utilizando praticamente todos os sentidos, talvez exceto a audição, para termos certeza de que ele nos seja prazeroso. É claro que alguns sentidos são mais utilizados do que outros, fato este que determinará inclusive o comportamento e a forma como cada pessoa irá se relacionar com o seu ambiente.
Figura 1 -
Federico
Olóriz Aguilera
Portanto, no sentido estrito que queremos dar ao termo “identificação”, é preciso que fique claro que ele nos levará à obrigação de estabelecermos uma identidade inequívoca, enquanto que o “reconhecimento” nos traz apenas a idéia de comparação, sem o pressuposto da punição no caso de uma ambigüidade.
Conseqüentemente, não basta que as coisas sejam “semelhantes” ou “parecidas”, é obrigatório que sejam “iguais” ou “idênticas”. Uma testemunha reconhecerá um suspeito como semelhante ao que estava no local do crime,