Palco da Vida
Aquela aula do dia 18 de outubro de 2011 tinha tudo pra ser comum. Praticamente todos os alunos já estavam sentados, quando o primeiro grupo do dia deu início a apresentação. Após a explanação dos discentes foi à vez da segunda equipe. Ao término desta a professora iniciou suas considerações. No desenrolar de suas explanações, a professora foi interrompida por uma das alunas em sala, a qual esboçou a sua indignação sobre a forma com que a mestra definiu as regras de como deveriam ser orquestradas as apresentações. Salientou ainda, a aluna, que no decorrer do trabalho, a docente não deixou claro os critérios da exposição dos grupos. Dali em diante o trajeto da aula parecia que iria cair em discussões. Afinal, expor o aluno que tirou a menor nota de determinado grupo a apresentar o trabalho na frente de todos, transpareceu, pelo menos para àquela aluna, uma exposição negativa. Após o primeiro ecoar de indignação da discente, muitos outros ocorreram. Ali fiquei, como na maioria das vezes, observando e até mesmo pré-julgando. A professora, ali debatendo no que era possível, as enxovalhadas de críticas vindas de várias partes. Pensei... Diante desta crise da subjetividade o que fará a professora? Afinal! Vai mandar calarem a boca e dizer quem manda em sala é ela. Meus olhos percorriam a sala inteira e enquanto isso via a professora esboçando, vias gestos, o seu desejo de falar... Não sei como a docente ganhou voz sobre os ecos dos alunos, que um a um iam se calando. A professora fitou os olhos da aluna que fez a primeira apresentação do trabalho, e lhe indagou: - Qual foi o tema do seu trabalho? – A aluna imediatamente lhe respondeu – Obediência à Autoridade. Naquele momento eu entendi. Eu estava atuando o tempo todo como voluntário, inclusive o restante dos alunos, na experiência da professora. Alguns alunos entenderam, outros, pelo que me parece, ficaram analisando as palavras da mestra. Sempre me achei uma exímia observadora, mas