Padrão alimentar de adultos com doença de crohn
Introdução
A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal de gênese desconhecida que pode acometer qualquer segmento do trato gastrintestinal, com maior frequência na região terminal do íleo. O quadro clínico se caracteriza por manifestações intestinais muito variáveis com períodos de remissão e exacerbação (SARLO, BARRETO, DOMINGUES; 2008). A DC pelo seu envolvimento do trato gastrintestinal e seus efeitos sobre a ingestão alimentar, é comumente associada à deficiência nutricional, podendo esta variar desde alterações discretas dos níveis dos oligoelementos até estados óbvios de desnutrição severa (FLORA, DICHI; 2006). Na prática clínica, a avaliação do Estado Nutricional (EN) em pacientes com DC demonstra diminuição na ingestão alimentar causada por anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e dietas restritas. Observa-se também má absorção pela diminuição da área absortiva, deficiência de sais biliares, supercrescimento bacteriano, estreitamento gastrointestinal e estrituras que levam a inchaço, inflamações e ressecções cirúrgicas. Ansiedade e medo de comer relacionado a experiências como dor abdominal, inchaço, náuseas ou diarreia são frequentemente observados contribuindo para o comprometimento no estado nutricional (RODRIGUES, PASSONI, PAGANOTTO; 2008). Como resultado ocorre hipoalbuminemia, anemias (relacionadas à perda de sangue), déficit de vitaminas e minerais (ferro, ácido fólico, vitamina D, vitamina B12, cálcio), perda de peso (que pode estar mascarada pelo uso de corticosteroides, que levam a retenção hídrica), desnutrição proteico-calórica (RODRIGUES, PASSONI, PAGANOTTO; 2008). A digestão e absorção de gorduras podem ser alteradas pela perda da área de superfície intestinal decorrente da inflamação ou por depleção do pool de sais biliares circulantes resultante da má absorção de ácido biliar no íleo doente ou desconjugação por bactérias agravando a