ovimbundo
Nota do Angodebates: este artigo foi publicado na edição Nº 2/Junho2011 da revista “Benguela” (pág. 46-47), propriedade do Governo Provincial de Benguela – Direcção Provincial da Comunicação Social. Como não está assinado, mandam as regras que o atribuamos ao editor da publicação, o jornalista Ramiro Aleixo.
A origem dos Ovimbundu tem sido motivo de estudos apaixonados por parte de vários historiadores. Uma das razões tem a ver com o facto de se tratar de um grupo étnico que marcou (e continua a marcar), de modo profundo, a história económica, social, política e cultural do território que hoje se chama Angola.
Na verdade, este grupo étnico destacou-se muito cedo. Assim, pesquisadores referem, em primeiro lugar, a resistência tenaz contra o invasor colonialista; em segundo lugar, a sabedoria de alguns dos seus reis, o que lhes permitiu estender as suas relações comerciais até Zanzibar (Oceano Índico); em terceiro lugar, a exploração desenfreada a que foi vítima durante o regime colonial (roças, pescarias, fazendas de algodão, café, etc.) que levou muitos dos Ovimbundu a emigrarem para os países vizinhos. Por último, e na história mais recente, o facto de ter surgido, do seu seio, uma rebelião armada, cujas consequências (para o bem e para o mal) ainda estão para ser descritas.
A origem dos Ovimbundu é, de acordo com os historiadores, resultado dos preconceitos migratórios dos Bantu. Os Ovimbundu, tal como grande parte da população que vive a sul do equador, são Bantu por pertencerem ao grupo linguístico que utiliza a raiz ntu para se referir ao homem. O acréscimo do prefixo Ba (plural) (Bantu) designa, assim, esta população no seu todo.
Alguns investigadores têm avançado hipóteses segundo as quais os Bantu teriam saído da região de Bahar-el-Ghazal, e que se teriam fixado nos grandes lagos. Muito para além das formulações hipotéticas, é um facto comummente aceite entre os