Oswald de Andrade (São Paulo: 1890-1954), um dos mais importantes criadores brasileiros do século XX, foi um modernista desde o primeiro momento, tendo atuado nos campos da Poesia, da Prosa Ficcional Artística, da Crítica e até escreveu peças que poderiam ter tido grande importância para o Teatro brasileiro, caso tivessem sido encenadas à época de sua criação. Formado em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, por onde haviam passado e haveriam de passar tantos outros poetas, nunca trabalhou como advogado: exerceu de modo contumaz o Jornalismo, espaço que utlizou para um extenso e profícuo exercício crítico, ao longo de décadas! Tendo sido filho-único e herdado do pai uma fortuna, inevitavelmente levou vida de rico, até pelo menos os finais dos anos de 1920, já que, depois, muita coisa mudou no Mundo e no Brasil e vieram épocas de vacas magras para muitos dos antigos abastados, principalmente para os que, como Oswald, não possuíam jeito para os negócios. Porém, sua situação financeira antes do final da década de 20 lhe permitia uma vida de milionário e interessante é que parte do dinheiro gasto o foi de tal modo, que lhe garantiu um considerável repertório no universo da poesia e d’outras artes, e n’outros territórios, tornando-o alguém de mente cosmopolita. Acusado de não ler ou de ler muito pouco – o que não corresponde bem à verdade, pois que possuía, também, cultura livresca, só que não era propriamente um rato de biblioteca, tampouco um intelectual do tipo acadêmico – Oswald de Andrade sabia onde buscar informação e a informação que, de fato, lhe interessava. Com suas idas a Paris, Oswald de Andrade pôde conhecer todo aquele pessoal que acabou por ingressar no universo dos mitos das revoluções nas Artes, de Picasso e Giorgio de Chirico (de quem, com Tarsila, adquiriu o “Enigma de um dia”, tela de 1914, que hoje se encontra no MAC-USP e que se trata de uma obra-prima da pintura metafísica) ao músico Eric Satie. Teve muitas mulheres, casando-se com