OsKinikinawa: um aetnia em processo de reafirmação etnica

DOI: 10.4025/4cih.pphuem.281
OS KINIKINAWAi: UM ETNIA EM PROCESSO DE AFIRMAÇÃO ÉTNICA
Lucicleide Gomes dos Santos
Mestranda em História/UFGD

Introdução
Nas últimas décadas o número de populações que passam a reivindicar pública e oficialmente a condição de indígenas aumentou significativamente em toda América do Sul.
Essas comunidades miscigenadas com outros grupos étnicos ou com nacionais, reduzidos a dezenas de pessoas, ou nem isso, criaram força também devido a intensificação dos estudos das histórias regionais que passam a ser reestudadas; os direitos indígenas, mais reconhecidos e respeitados; e as organizações de apoio aos índios que se consolidam de forma mais efetiva e passam a ser agentes importantes da causa indígena.
No Brasil tem se intensificado principalmente depois do ano 2000, com a comemoração “Brasil: quinhentos anos”, onde a temática foi a população indígena. Como se uma homenagem simbólica resolvesse os problemas que estas populações enfrentam desde o contanto com os europeus.
No estado de Mato Grosso do Sul não é diferente, vários grupos étnico foram sendo dizimados ao longo do período colonial, dentre eles os Guaikuru e os Guaná, que eram divididos em varias etnias, sendo reconhecidos por décadas como descendentes destes grupos respectivamente os Kadiwéu e os Terena.
Em 2000 a funai reconhece os Kinikinawa como etnia indígena. Os Kinikinawa são descendentes dos Guanas, e eram considerados como desaldeados e diluídos no meio dos
Terena desde no fim do século desde o início do século XX, como afirma os trabalhos do sociólogo Darci Ribeiro e do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira.
O quadro do SPI sobre a situação dos indígenas do Brasil que eles aparecem como integrados é de 1900. Depois destes registros os Kinikinawa não aparecem na literatura

4706

indígena, com abordagem censitária, até muito recentemente, e trabalhos que fazem, por algum motivo, referência aos Kinikinawa, tratam-os como extintos.