Os sonhos e os aborigenes australianos
O escritor americano Robert Lawlor, viveu 14 anos nas selvas da Tasmânia estudando, de forma inédita, o modo de vida antigo desses guardiões do "primeiro dia da Terra". No seu livro Voices of The first Day : Awakening in The Aboriginal Dreamtime, ele descreve essa visão de mundo com muito entusiasmo e clareza
Evidentemente Lawlor não apóia a opinião ocidental predominantes de que os aborigines australianos seriam primitivos e antiquados, um grupo de caçadores e extratores que recusam a agricultura, a arquitetura, a escrita, vestimentas e a domesticação d animais. A sobrevivência dos aborígines não é para ele uma curiosidade etnológica, objeto de estudos acadêmicos, mas de uma mensagem viva, "um tipo de inteligência decisiva e há muito ignorada", que na nossa luta desesperada contra a morte e a transformação fala diretamente ao coração da cultura supermoderna. No seu livro Voices of The first Day : Awakening in The Aboriginal Dreamtime, ele descreve essa visão de mundo com muito entusiasmo e clareza, por exemplo : "Com as atividades e a religiosidade da agricultura começou a alienação da atenção humana, que se afastou dos sonhos e foi em direção à manipulação física do mundo material. Com o início da agricultura, a população foi ficando geograficamente cada vez mais presa e a sua sobrevivência dependia fortemente da fertilidade e do clima de uma determinada região. A terra era considerada como uma coisa que deveria ser limpa, explorada e tratada arbitrariamente." Os aborígines rejeitam a agricultura porque ela, na sua essência, impede a sua participação no tempo de sonhar, que compõe a essência de sua existência. A única palavra (expressão) da cultura dos aborígines que chegou até o nosso dicionário foi o "tempo de sonhar" ou o "sonhar", que na língua ancestral é tjukurrtjana. A percepção material viva do mundo é traduzida como