Os laços de família
Laços de Família é o primeiro livro de contos de Clarice Lispector publicado em 1960 pela editora Francisco Alves. O foco deste estudo está voltado para o conto oitavo conto Os Laços de Família. A criação dos contos compostos em Laços de Família tinham como cenário o moralismo imposto pelo país, na década de 50. Visto que, nos anos posteriores a libertação estado de espírito foi notavelmente mobilizada pelos membros das movimentações civis a favor das mulheres, homossexuais e negros. Nesta mesma época a ditadura militar fora imposta no país, censurando artistas, limitando a exposição das identidades, ocasionando crises existenciais e conflitos com a identidade. Desta forma, Clarice representa em suas obras esta opressão e a subordinação sofrida no papel feminino. Clarice utiliza da introspecção (consciência por si mesma) que tem como característica a reprodução de acontecimentos que aconteceram no interior dos personagens, distanciando do mundo externo e focalizando o “eu” – o envolvimento entre leitor e obra (MELO, 2008) - . A autora trata da condição feminina no contexto familiar de forma introspectiva diante de conflitos e crises existenciais a procura do seu “eu”. No conto Os Laços de Família não são apresentados distinções entre o real e o ficcional, pois ele não trata de um único acontecimento, pois este pode ter sido criado a partir de uma ideia inventada. Antonio Cândido retratava a linguagem única utilizada por Clarice Lispector ao declarar que ela “procura criar um mundo partindo das suas próprias emoções, da sua própria capacidade de interpretação” (1977, p. 128). Desta forma, a maneira de como a autora se dirige em suas criações de maneira exclusiva e capaz de envolver o leitor numa tensão psicológica. Cândido define ainda que a autora utiliza da linguagem para moldar uma expressão, fazendo com a que a palavra dê origem a imagem do drama levanto em conta a suma importância da interpretação “a