OS KAIOWÁ E GUARANI COMO MÃO DE OBRA NOS ERVAIS DA COMPANHIA MATTE LARANGEIRA
Eva Maria Luiz Ferreira
Mariana Silva Falcão
Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) houve, por parte do governo, a preocupação de proteger as fronteiras, consideradas vulneráveis, mediante a abertura da região para investimentos econômicos. Instala-se então em pleno território tradicional kaiowá e guarani a Companhia Matte Larangeira, primeiro grande empreendimento econômico no sul do então estado de Mato Grosso. A empresa monopolizou por cerca de 50 anos a exploração de erva mate nativa, com ampla participação dos indígenas como mão de obra na extração e manipulação da erva extraída. A proposta da presente pesquisa é investigar a participação do Serviço de Proteção aos Índios, SPI, no agenciamento da mão de obra e no deslocamento das famílias para liberação das terras para a colonização. O trabalho encontra-se apoiado na revisão bibliográfica sobre a Companhia Matte Larangeira e em microfilmes e documentos do SPI, disponíveis no Centro de Documentação e Biblioteca Digital Teko Arandu/NEPPI-UCDB. Conclusões ainda provisórias permitem afirmar que as consequências da exploração dos recursos naturais no território indígena e o processo de confinamento que lhes foi imposto constituem a fonte principal dos problemas vivenciados pelos indígenas no momento atual, em especial no que se refere à organização social.
Palavras - chave: Kaiowá e Guarani ; empreendimentos econômicos; território; SPI
Companhia Matte Laranjeira – o lucrativo negócio da erva
Com o término da Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870) que também é conhecida como Guerra do Paraguai, começaram os primeiros trabalhos para a demarcação das fronteiras que estavam vulneráveis devido à guerra entre Brasil e Paraguai, onde foi enviada uma comissão de limites, para percorrer o território situado entre o rio Apa, atual Mato Grosso do Sul e Salto do Sete Quedas em