Os italianos e as cidades
O artigo a ser resenhado é de autoria de Maria Coleta F. A. de Oliveira e de Maria Conceição S. Pires, ambas pesquisadoras do Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/UNICAMP). O objetivo é tratar da imigração italiana para o Brasil no que diz respeito aos imigrantes italianos como construtores das cidades brasileiras e foca-se na concentração de imigrantes na cidade de Amparo, no interior de São Paulo.
O artigo começa de maneira a contextualizar o leitor do processo histórico imigratório dos italianos. Não existem dados exatos sobre a chegada ou sobre para onde foram os imigrantes ao desembarcarem no Brasil, até porque conflitos de nível global nem sempre permitiam o registro dos imigrantes com suas origens reais. Mas, as análises do estudo do NEPO/UNICAMP fundamentam-se no que foi possível apreender em coletas de dados oficiais em registro no Brasil. Os imigrantes de Amparo, por exemplo, são estudados a partir de almanaques editados deste período áureo da imigração italiana.
O final do século XIX é apresentado como um cenário em que a mão de obra escrava passava a ser substituída pela mão de obra livre, a dos estrangeiros. Essa substituição da máquina de trabalho caracterizou profundas mudanças sociais que viriam a diferenciar o período colonial escravocrata do período subsequente. Estudos mostram que a economia cafeeira se desenvolveu com médios e pequenos produtores e grandes fazendeiros com crescimento da pequena propriedade, onde os italianos teriam importante participação.
É incorreto pensar que os imigrantes que vinham para o Brasil como mão de obra eram