os desejos podem correr mal
Estávamos em pleno século XXII, precisamente no ano 2130.Era uma tarde fria de outono. Lá fora o vento soprava forte, as folhas esvoaçavam pelo ar. Encontrava-me no meu quarto de castigo. Tinha pedido á minha mãe, para ir ao parque de diversões com os meus amigos, pois tinham-me falado de uma máquina, que nos concedia o desejo que mais desejava-mos na vida. Mas não, tinha que ficar em casa a estudar, pois esse era o meu dever. Por mais que tivesse argumentado, de nada serviu, pelo contrário, ouvi o sermão do costume:-A tua profissão é esta, ser estudante. Enquanto dependeres de nós, fazes aquilo que nós mandamos. Por isso, vai para o quarto estudar e só sais de lá quando te dermos autorização. E ali estava eu farto de olhar para os livros. De repente surgiu-me uma ideia. Resolvi fugir pela janela do meu quarto e num abrir e fechar de olhos encontrava-me á porta do parque de diversões. Procurei os meus amigos e quando estava preste a desistir de os encontrar, deparo-me com ela. A máquina era enorme, toda prateada. Tinha uma porta. Sem hesitar entrei. O interior era simples. Existia apenas um ecrã de grandes dimensões, uma cadeira de braços para nos sentar-mos com uma pequena ranhura para se colocar uma moeda. Assim o fiz. Sentei-me, retirei a moeda do bolso e com as mãos trémulas coloquei a moeda. No ecrã surgiu a seguinte informação: Bem-vindo á máquina em que o seu maior desejo será concretizado. Feche os olhos e pense no que mais deseja. Assim o fiz, fechei os olhos e desejei muito ser adulto. Acordei sobresaltado.Que sonho estranho tinha tido. Levantei-me e quando olho para o espelho, não me reconheci. Tinha crescido, tinha bigode e barba e o meu rosto tinha envelhecido. Tinha para aí cerca de 38 anos. Fiquei apavorado! O que se tinha passado comigo? Então veio-me á ideia que afinal não tinha sido um sonho, mas sim que o meu desejo tinha sido concretizado. Que