OS CHINESES
(todos os períodos)
Os chineses da Midea estão na cola da Brastemp
Uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo, a chinesa
Midea já disputa espaço com grandes concorrentes no país, como
Whirlpool e Electrolux
Michel Téo Sin/EXAME.com
Fu Jian, presidente da Midea no Brasil: aquisição como atalho para a liderança de mercado São Paulo - Por muito tempo, preço foi o único argumento usado pelos chineses para espalhar seus produtos pelo mundo. Suas mercadorias inspiravam desconfiança pela falta frequente de qualidade, design e marca. Mas, a exemplo do que antes haviam feito os japoneses e os coreanos, os chineses, aos poucos, foram mudando de estratégia.
Inspirados por seus clientes americanos e europeus, que, nos últimos anos, fizeram da China sua principal base de produção, melhoraram a qualidade do produto.
O design passou a ser comprado de alguns dos mais celebrados estúdios do mundo.
E, enfim, os chineses descobriram a força que as marcas costumam exercer nos mercados de consumo.
Com faturamento global de 17 bilhões de dólares em 2010, a Midea é uma das representantes dessa nova fase do capitalismo chinês que começam a tomar corpo no Brasil.
Seus produtos — aparelhos de ar condicionado, ventiladores, fornos de microondas, entre outros eletrodomésticos — começaram a chegar ao país no fim da década de 90 por meio de encomendas de companhias tradicionais, como
Electrolux e General Electric.
Os primeiros equipamentos de ar condicionado com a marca Midea só chegaram ao
Brasil cinco anos atrás, após uma parceria dos chineses com o empresário paranaense Natanael de Souza. Em dezembro de 2010, chegaram os micro-ondas.
Oito meses depois, a Midea chegaria para valer.
No início de agosto, os chineses compraram, por um valor não revelado, 60% das ações de Souza. Poucos dias depois, pagaram 220 milhões de dólares por 51% da operação da América Latina da americana Carrier, líder nas vendas