Ordem bipolar da guerra fria
Na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a então União Soviética lutaram lado a lado contra a Alemanha de Hitler. Como entender uma aliança entre dois países com propostas ideológicas diametralmente opostas, o capitalismo e o socialismo? Sabia-se que essa união era circunstancial, e que perduraria apenas enquanto houvesse um inimigo em comum aos dois países.
Foi, de fato, o que aconteceu. Terminada a guerra, a União Soviética havia incorporado grande parte da Europa Oriental à sua órbita de influência geopolítica. À medida que as tropas de Stalin expulsavam as de Hitler, substituíam-nas pelas suas. Uma nova era emergia: observava-se o surgimento de uma potência capaz de fazer frente aos Estados Unidos, que desde o início do século XX já vinham se destacando no cenário internacional.
Preocupados com o avanço vermelho (comunista) da União Soviética na Europa, os Estados Unidos trataram de revitalizar imediatamente a porção ocidental do velho continente. O Plano Marshall tinha como principal função reeguer as economias européias destruídas pela guerra, evitando que se tornassem presas fáceis para as garras comunistas.
Nos anos subsequentes, o mundo do pós-guerra assistiu ao surgimento de uma ordem internacional que se pautava pela hegemonia de duas potências, as quais tinham propostas e diretrizes ideológicas antagônicas. De um lado, os Estados Unidos, que desde 1930 já eram a maior economia capitalista do globo;de outro, uma alternativa ao capitalismo levada adiante pela União Soviética, seguidora do socialismo.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em dois países, e Berlim em quatro zonas – umas norte-americana, uma francesa, uma britânica e uma soviética-,depois reduzidas para duas: uma capitalista, outra socialista.
Estabelecia-se com clareza a ordem bipolar. O mundo se dividia gradativamente em dois blocos antagônicos: um grupo de países se alinhava a Washington e outro a Moscou. Nos anos