Operário em Construção
MAX WESLEY
GABRIEL MARTINS FEITOSA
RODRIGO ALCÂNTARA
DIEGO MENDES
Operário em construção – Análise
O poema Operário em construção foi escrito por Vinícius de Moraes em 1956 e pode ser compreendido como uma metáfora para a construção da consciência de um trabalhador.
De modo geral, a obra de Vinícius tem traços da segunda e da terceira geração do
Modernismo brasileiro, período em que os textos estavam fortemente impregnados de questões sociais e políticas.
A primeira estrofe apresenta o operário por meio de uma comparação e uma metáfora que o identificam como trabalhador da construção civil sem consciência de sua importância social
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Nos versos abaixo, as palavras liberdade e escravidão são associadas não como ideias opostas (o que, em uma leitura imediata, induziria o leitor a pensar em uma antítese), mas sim como um paradoxo – figura de linguagem caracterizada pela associação de ideias contraditórias. Tal análise justifica-se, uma vez que o produto de seu trabalho deveria garantir liberdade ao operário; no entanto, isso não se concretiza conforme o texto progride até o seu final.
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
Em contraste com a alienação inicial, o operário é tomado por uma súbita revelação e a tomada de consciência de que tudo à sua volta é fruto de seu trabalho: “[...] casa, cidade,
nação!/ Tudo o que existia/ era ele quem o fazia [...]“. A partir desse ponto, o poema mostra como isso passa a interferir em seu dia a dia.
Ah, homens de pensamentos
Não sabereis nunca o quando
Aquele humilde operário
[...]
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E