OLHAR 43 NO OUTONO BRASILEIRO
Recentemente têm acontecido diversas manifestações sociais pelo globo. Primavera árabe, revoltas no velho continente, outono brasileiro, o que essas palavras possuem em comum é a participação de pessoas reunidas em prol de democracia, liberdade, representatividade, igualdade, entre outras coisas. Para que haja uma compreensão desses fenômenos é indubitável que se fale em uma coisa chamada natureza humana, afinal é a partir desse ponto que as sociedades e, por conseguinte, as pessoas se organizam e vivem.
Thomas Hobbes, ao longo do século dezessete irá dizer que o homem é movido pelo “conatus”, uma espécie de paixão egoísta que o faz buscar incessantemente a honra e a dignidade, sendo que essa busca levaria ao embate entre os próprios indivíduos, isto é, o estado natural seria um estado de guerra, um verdadeiro caos. Portanto, é necessário que haja um contrato social pelo qual os súditos deverão abdicar de seus poderes em favor do soberano. Essa é uma breve análise sobre a teoria de Hobbes, contudo o mais importante nisso tudo é perceber que a soberania na teoria hobbesiana é do Estado personificado na figura de um rei. Mas como os homens abririam mão da sua liberdade em favor de alguém que poderia no final das contas nem representá-los verdadeiramente? Através de um contrato social ora, mas eles abdicariam da sua liberdade, pois não acreditavam numa sociedade anárquica, visto que os homens são naturalmente maus, por isso, precisam ser controlados, vigiados e punidos.
No século dezoito, o francês Jean-Jacques Rousseau contestará a teoria hobbesiana ao dizer que o homem no seu estado de natureza é um homem bom. Rousseau acreditava numa essência boa do ser humano, além do melhor desenvolvimento das suas habilidades nesse estado anárquico. Entretanto, com o advento da propriedade privada o homem se corrompeu, a partir daí passa a ser necessário o estabelecimento de um contrato social, dando origem à sociedade civil,