Olavo bilac
A permanência de valores clássicos na poesia cabralina Marciano Lopes e Silva (UEM) Resumo: O objetivo geral desta lição é apresentar algumas características da poética e do estilo clássicos, que surgidos na Antiguidade greco-romana, são retomados constantemente na história literária do Ocidente. Seus objetivos específicos são tratar da permanência desta poética na poesia de Olavo Bilac e João Cabral de Melo Neto. Para isso, o procedimento adotado é o da comparação de metapoemas de ambos, destacando-se “Profissão de fé” e “A um poeta”, de Olavo Bilac, e “O ferrageiro de Carmona” e “Antiode”, de João Cabral. Este recorte do campo literário se justifica pelo fato de que: 1) os valores da arte clássica encontram-se no fundamento da arte do Renascimento, do Barroco, do Arcadismo e do Parnasianismo, permanecendo vivos mesmo após o Modernismo com suas vanguardas; 2) a poesia de Olavo Bilac é representativa do Parnasianismo e, por isso, serve muito bem para a realização deste diálogo entre o estilo clássico, conforme retomado no Parnasianismo brasileiro, e a poética de João Cabral de Melo Neto – representativa da poesia da geração modernista de 45.
A excelência da linguagem consiste em ser clara sem ser chã. (Aristóteles, Poética) Se não posso nem sei respeitar o domínio e o tom de cada gênero literário, por que saudar em mim um poeta? Por que a falsa modéstia de preferir a ignorância ao estudo? (Horácio,Epístola aos Pisões)
No estilo sublime não devemos descambar para vocabulário sórdido e repugnante, a não ser constrangidos por necessidade absoluta, mas conviria usar expressões à altura do assunto e imitar a natureza, que, ao moldar o homem, não dispôs em nossa face as partes vergonhosas, nem as excreções de todo o corpo, mas ocultou-as quanto pôde e, segundo Xenofonte, desviou para o mais longe possível os canais delas para de maneira alguma macular