Ofuturo da quastãoondigena no brasil

Para chegar à verdadeira essência do indivíduo, é preciso percorrer pela cultura e pela identidade do mesmo. Assim afirma Manuela Carneiro da Cunha em seu livro O futuro da questão indígena, onde a cultura era um conjunto de itens, regras, valores, posições etc. adquiridos previamente e a identidade consistia em, pelo menos um horizonte almejado, ser idêntica a um modelo e, supõe assim uma essência. A partir da leitura do livro, fez-se possível a conclusão de que podem haver mudanças nas práticas culturais de um indivíduo, mas suas novas práticas culturais não causam perda da sua identidade cultural. Ou seja, o indivíduo irá continuar sendo ele mesmo.
Ilustrando essa questão, é colocado como exemplo a realidade indígena. Ao longo de sua história, os indígenas sofreram perdas em sua cultura, assim como em seus territórios e em seu número. Em sua cultura, quando contaminada por outras culturas. Em seu território, pois hoje se encontra nos territórios em que não lhe foram tomados. E em seu número, devido diversos conflitos com os colonizadores, o surgimento de epidemias, brigas por terras –devido suas terras serem fartamente ricas, o que levou a cobiça por parte de muitos- entre outros motivos.
Entretanto, embora sistematicamente desrespeitados, os indígenas possuem direitos assegurados por leis. Desde 30 de julho de 1609, com a Carta Régia; passando pelo Alvará de 1° de abril de 1680, onde os índios são considerados “primários e naturais senhores” de suas terras, e que nenhum outro título poderá valer nas terras indígenas; a Constituição de 1934, onde é respeitada a posse indígena inalienável das suas terras e a Constituição de 1988, que deu-lhes sua expressão mais detalhada.
Tendo em vista o fato de que sistematicamente seus direitos são desrespeitados, a questão indígena ainda precisa de urgente amparo quando se trata da asseguração dos direitos por suas terras. Como reflexo desse problema, a tribo Guarani-Kaiowá, por exemplo, detém maior taxa de suicídios no