Obras de mobilidade para a copa estão atrasadas
A oito meses da Copa do Mundo, só quatro das 53 obras de mobilidade estão prontas no Brasil
Enquanto prefeituras Brasil afora retiram da lista de obras da Copa projetos que não ficarão prontos a tempo do Mundial, os que sobraram devem ser concluídas em cima da hora. Um atraso causado principalmente por erros de planejamento faz com que, a oito meses da abertura do evento, só quatro dos 53 projetos para desafogar o trânsito das 12 cidades-sede estejam concluído no país.
Pouco se confirmou da promessa feita no longínquo janeiro de 2010, quando o governo federal definiu as obras de mobilidade urbana para a Copa. Segundo o plano, até o fim de 2012, a maioria dos projetos estaria pronta, para evitar atropelos de última hora. O prazo foi estendido duas vezes – primeiro, para final de 2013, depois para as vésperas do pontapé inicial, em 12 de junho de 2014.
Não adiantou. A 251 dias do primeiro jogo só há quatro obras prontas, e o legado da Copa será construído a toque de caixa.
Uma soma de problemas, como falta de planejamento e projetos malfeitos, explica a lentidão generalizada, segundo o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. Em Porto Alegre, 10 projetos podem ser removidos da lista de obras da Copa porque não devem ser concluídos a tempo. O mesmo ocorre em outras capitais, que estarão enredadas em máquinas por mais tempo do que deveriam.
– A minha impressão é que a maioria não ficará pronta a tempo. E aí começarão a utilizar os planos B, C, D e E: suspender aulas escolares, restringir fluxo, usar bolsões de estacionamento. A mobilidade vai ficar para depois, e espero que não fique para a eternidade – alerta Castello Branco.
Mantra de autoridades ao justificar os gastos com o evento no país, o legado da Copa está longe de sair do discurso. Dos quatro projetos concluídos até agora, só um é de grande porte: a construção do Boulevard Arrudas, em Belo Horizonte, uma larga avenida de 3,5