Obra Da Escravid O

Júlia Silva Souza Dias;
Professor Abrucio;
História recente e interpretações.

A obra da escravidão no Brasil
Apesar de abolido há 127 anos, o trabalho escravo criou uma atmosfera que contorna e prejudica a todos, até os dias atuais. Isso ocorre porque o Brasil sobreviveu, durante três séculos, apoiando, de forma desumana, sua economia, política e sociedade em um povo marginalizado. A escravidão retirou mais de 4 milhões de escravos negros de seus respectivos países, trazendo-os para uma vida de maus tratos e sem direitos.
Esses não eram considerados seres humanos, mas mercadoria. Dessa forma, o senhor impedia qualquer tipo de manifestação política dos escravos, mesmo que, para isso, fosse necessário castigo, uma vez que seu objetivo era otimizar sua produção. O raciocínio de que o escravo não era uma pessoa, com sentimentos e vida própria, gerou a indiferença à desumanidade e à crueldade.
Assim, sendo tolerados pela sociedade, tais valores aprofundaram-se cada vez mais no brasileiro. A escravidão e os maus tratos faziam parte de tudo relacionado à sociedade da época, de forma que até mesmo os escravos alforriados desejavam, um dia, ter o seu próprio escravo.
Devido a esse raciocínio fica claro porque os senhores sentiam-se incomodados quando havia alguma intervenção da lei em favor dos negros. Relacionado à isso está a reação de grande parte da classe média alta brasileira de atualmente em relação às cotas raciais para entrar em universidades públicas, que acreditam que os negros precisam ingressar na faculdade por conta própria sem auxílio do Estado. Esse, por sua vez, apesar de teoricamente considerar todos iguais perante a lei, age de maneira desigual, revelando um racismo institucional ilustrado pelas atitudes da Polícia Militar. Estudos indicam que a PM de São Paulo mata, de maneira equivocada, três vezes mais negros do que brancos.
Apesar da visão preconceituosa instaurada na sociedade, o Brasil de hoje não existiria sem a influência histórica e cultural