Num Piscar de Olhos - Munrch, Walter páginas 13-25

Universidade Anhembi Morumbi

Linguagem Audiovisual
Resenha: Num Piscar de Olhos - Munrch, Walter páginas 13-25

2014

- Cortes e falsos cortes
O que seriam as “condições normais” no qual um filme se realiza? Será que todo filme segue essas condições? Segundo Walter Murch seu filme Apocalipse Now passou bem longe de ser “normal” em qualquer das condições. Por exemplo: havia uma cena que foi gravada repetidas vezes com nenhuma tomada sendo igual a outra, como é num documentário. Gastou-se muito tempo para fazer esse filme, houve muitos “cortes falsos” que eram gravados, considerados, mas depois retirados do filme.
O corte é o momento de transição de um plano para o plano seguinte. O trabalho de edição não é tanto de colar pedaços, é muito mais de achar o caminho. Assim, o editor passa menos tempo “cortando e colando”. Acredito que o trabalho feito de maneira contínua – seguindo exatamente aquilo que pretende apresentar – fica menos “quebrado” e menos complicado de se montar, de se achar as peças do “filme-quebra cabeças”.

- Por que os cortes funcionam? Todo filme de ficção (exceto Festim Diabólico do Hitchcock) é a junção de imagens, pedaços e funciona mesmo com essa locomoção de campo de visão: o público entende e se acha no contexto. As Pessoas se acostumaram, pela evolução, com o filme editado, se não, só teríamos filmes como os planos seqüência dos irmãos Lumière. Uma coisa é o filme como “cortado” 24 vezes por segundo que a pessoa não percebe e, não interfere na narrativa. É o normal para termos o movimento da imagem. Mas quando ocorre o corte, mudando tempo e espaço é outra coisa, sendo essa perceptível. Há também os cortes dentro de cena, que só mudam os planos: plano mais aberto corta para um plano mais fechado, no entanto, isso não altera o contexto. Sobre a descontinuidade: aumentou-se a possibilidade de assuntos, pois não precisa de todos os elementos num mesmo instante para as gravações, mas isso é o