Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise do filme Zelig de Woody Allen a luz das propostas do autor Stuart Hall para explicar a existência do sujeito pós-moderno. Segundo Hall (2001), as identidades modernas estão sendo fragmentadas fazendo surgir novas identidades. Para explicar este problema citado em seu livro “A Identidade Cultura na Pós-Modernidade” ele expõe três concepções diferentes de identidade: o sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico até o processo que configura o sujeito pós-moderno. O sujeito do Iluminismo é racional, centrado e unificado, ou seja, o indivíduo é preso à sua identidade, pois entende que ela é natural e fixa sendo inerente ao próprio individuo. Partindo desse principio ele não consegue viver fora do que ele considera o seu “natural”. Outra característica desde individuo é a concepção no “interior”, ele é formado num “pacote” identitário e permanece com as mesmas características por toda sua vida. (Stuart Hall, 2001) O sujeito sociológico, que também pode ser comparado como construtivista, não é autônomo e autossuficiente, ele é relacional. A identidade deste sujeito é formada na interação entre o eu e o outro. Ele possui uma essência interior identitária, porém não se sente preso a ela, a partir do entendimento de que se pode mudar a partir do diálogo com o mundo exterior. Assim, ele passa a definir sua identidade comparando-se ao outro e só percebe qual a sua verdadeira identidade quando consegue perceber a identidade do outro. O sujeito sociológico começa a preencher o espaço entre o interior e o exterior, mostrando ao individuo novas possibilidades, culturas e valores, tornando a identidade centralizada e unificada muito mais fragmentada. (Stuart Hall, 2001)